12 dias depois, volto a dar noticias!

Esta é a primeira vez que escrevo em terras Angolanas, e 12 dias depois. Confesso que me tem dado alguma preguiça de escrever (espero não estar ja a ser contagiado..lol ), mas os dias têm sido cheios, o que tem sido muito boa para uma rápida adaptação! Vou tentar de uma forma resumida actualizar as devidas aventuras...:-)

A chegada ao aeroporto com vista a partida para Angola aconteceu ás 6.00...isto com o voo a partir as 10.00 custou tanto, muito mesmo, mas a expectativa valia a pena! Eu e o meu colega fizemos o “check in” juntos, inclusive fui eu a pagar o excesso de bagam de ambos( que nem vou revelar lol) e curiosidade das curiosidades...só no avião nos deparamos que eu tinha ficado com um lugar numa ponta do avião e ele noutra. Acordámos que quem se sentasse ao lado, perguntaríamos amavelmente se estaria na disponibilidade de mudar de lugar para que assim pudéssemos viajar juntos. No meu caso..o senhor de 130 kg que se sentou ao meu lado, respondeu-me redondamente um “não estou interessado”. O Nuno, meu colega teve mais sorte e o “vizinho” dele aceitou mudar. Apontou  para mim...indicando que seria comigo que este jovem Angolano iria mudar de lugar, quando este se aproxima do meu lugar “diz qualquer coisa” que eu não percebo, e digo “desculpa?” e ele repete 2 ou 3 vezes e eu sem perceber...e á 4ªvez, fez-se luz e consigo perceber “5 euros”! Fiquei sem saber o que responder..ao que prontamente ele sorriu , bateu-me nas costas e disse que estava a brincar...1ª gasosa superada!:-) Sentei-me ao pé do Nuno, com o corredor no meio, e do meu lado esquerdo..uma jovem mãe, com uma menina, de aproximadamente 2 anos, de nome Carolina, um mimo, pensei eu...mas rapidamente mudei de ideias, sempre que adormecia a menina sorrateiramente e fora dos olhares da mãe...batia-me e acordava-me! Confesso que de inicio achei piada, mas no fim, já me apetecia torcer-lhe o pescoço, resultado: dormi 1 hora em todo o voo!

Aterrámos em Luanda, controlo de passaportes. Fomos os últimos a passar e com o policia que me calhou a mim a fazer ecoar o barulho do carimbo no meu passaporte que se ouviu em todo o hall! Angola , i´m in!

Tínhamos uma colega nossa, a Inês, á nossa espera. Seguimos para casa do chefe que amavelmente nos tinha convidado para jantar, primeira coisa que pedi, uma CUCA bem geladinha, e que bem que soube!

Nessa 1ª noite ficámos num hotel á beira da estrada Rocha Pinto (para quem conhece ja deve estar a imaginar o filme) "Fleuma" de nome. O hotel era...qualquer coisa, mas com bons e limpos lençóis, e estava tão cansado que dormi que nem um anjinho! Dia seguinte, almoço de muamba na casa do chefe, estava óptima! Confesso que fiquei muito bem impressionado com esta recepção, acredito que 98% dos que vem para cá, tal como eu, não a tenham, sorte a minha!

Sábado á noite, fomos jantar os 3 colegas ao clube náutico de Luanda, agradável e barato, 2300 KZS a cada um, qualquer coisa como 20 euros.

Domingo, partida agendada para Benguela, de carro ás 14h, com a duração prevista de 6h para percorrer os 500 e tal km. Ás 16.20 estávamos realmente a sair de Luanda depois de mais de 2 h em pára-arranca.A viagem foi feita maioritariamente de dia, sendo a parte nocturna de cortar a respiração, com camiões avariados nas bermas sem sinalizações ( não utilizam o triângulo porque roubam...então colocam troncos ou montinhos com pastos para “sinalizar” a ocorrência!) , gado a passear nas bermas...e pontualmente a metermos a roda do jipe em buracos que davam sempre a sensação de termos deixado a roda la atrás!, Benguela, eram 21h.

Estrada Luanda - Benguela

Apesar de ser um Domingo á noite, senti claramente a diferença para Luanda, menos gente, menos  confusão, mais limpo e muito mais motos! Se em Luanda há os míticos cadongueiros, em Benguela há os “cupapatas”, indivíduos que transportam pessoas em motos, que fazem questão de as ter sempre a brilhar!

Pernoitamos no Aparthotel Milcidades, e que belos apartamento têm! Os dias seguintes em Benguela serviram para conhecermos algumas pessoas e fazermos alguns contactos. Vimos algumas casa, mas só mesmo por ver, porque nestas coisas mais vale ir com calma e fazer uma escolha acertada! 

Quarto ApartHotel Milcidades

Quinta-feira , regresso a Luanda, viagem bem mais calma do que a sentido inverso. A Inês iria no dia seguinte para Portugal de férias, tendo disponibilizado a casa dela  no Morro Bento, arredores de Luanda, para que eu ficasse até hoje (3ªf), já que o Nuno ficaria com os primos em Luanda propriamente dita. E assim foi.

No dia seguinte, 6ªf, o motorista da empresa veio-nos cá buscar á casa da Inês, onde a deixamos a ela e ao namorado, Paulo, para que apanhassem o voo. Eram 6.30 e já estávamos no aeroporto. Segui para Luanda a ser conduzido pelo Sr. José Castelo, o motorista, com quem fui dialogando cheio de curiosidades acerca dele, da cidade, do país, de tudo! O dia em Luanda, foi á semelhança do que havia sido o primeiro em Benguela, um dia de apresentações.

Ao final do dia, e depois de ter combinado com o Sr. Cunha ( tio da minha ex-namorada Márcia) que vive também ele em Angola, fui ter ao seu escritório. Pedi ao Sr. José que esperasse alguns minutos. Assim que entrei para cumprimentar o clã Cunha, fui de imediato convidado para jantar, o que aceitei, levariam-me mais tarde para casa, pelo que dispensei amavelmente o Sr. José.

Jantámos no edifício da ESCON, o mais alto de Luanda, e não me alongando muito no tema, basta dizer que o restaurante abriu em Dezembro do qual é proprietária, claro, a filha do Presidente. Que jantar, divinal!

Não tinha quaisquer planos para o dia seguinte, e no Sábado decidi descansar e aproveitar o dia para estar comigo só! Correu bem! Passei a tarde na piscina do condomínio para ver se passava menos por “pula” (o que eles chamam aos brancos), e para jantar fui a um pronto a comer relativamente perto, onde paguei 1300 KZS (11 euros) por uma porção de arroz branco e 2 febras!

A Katia Meggy, ja me tinha “apresentado” a Marisol, uma amiga sua que vivia em Benguela e que no iniio do ano se tinha mudado para Luanda. Perdi todo o descaramento e depois de uma troca de sms com ela, convidou-me para no dia seguinte ir passar o dia ao Mussulo com ela e mais uns amigos, aceitei.

Domingo acordei ás 7.30 para ir para o Mussulo, e sim, fui até ao Museu da Escravatura de carro pela 1ªx a conduzir! Que enredo, num trajecto de 12km...devo ter feito uns 30, andava sempre ás voltas, mas depois la consegui encontrar a dita estrada da Samba que me levaria até ao Museu. Existem vários pontos de acesso para a ilha de barco, um deles é no Museu da Escravatura. Quando la cheguei apanhei um barco semelhante aos que transportam as pessoas na praia de cabanas, que me cobrou 1000 KZS pela ida. Pedi-lhe que me levasse ás indicações que a Marisol me tinha dado, correu bem, em 5 min estávamos do outro lado. Chegada ao Mussulo, conhecer a Marisol pessoalmente, a Carolina, sua filha, a Noelma, a anfitreã e a sua filha, Verinha! Que lindo, fui muito bem recebido. 1 hora depois chegariam mais uns amigos! A Casa é de 1ª linha o que significa, que andamos alguns metros e estamos dentro de água. Fiquei algo confuso, apesar de o dia estar com o Sol meio escondido, não sabia se me havia de proteger dos mosquitos ou do Sol, resultado, uma miscelânea de repelente com protector!lol Manhã em amena cavaqueira com muitas fotos á mistura. Perto da hora do almoço passou um pescador com um belo pargo, fresquinho, que a Noelma mandou escalar e grelhar, estava óptimo! Regresso pelas 16h afim de não apanhar muito transito para voltar a Luanda, e que medo, de 100 em 100 metros, havia um policia, o qual eu tentava fintar quando me olhava para dentro do carro, uf, não me mandaram parar ao longo dos 12km de regresso.

Ilha do Mussulo

Domingo á noite, relax em casa.

2ªf mais um dia de trabalho, fui para Luanda ás 8.30 guiado pelo Sr. José, em 45 minutos estávamos no escritório, nada mau! Após alguns desencontros com os manos Faro, combinamos nesse dia jantar juntos, apanharam-me no meu escritório, e seguimos para o Cais de 4, um restaurante muito bom e com uma vista fantástica sobre a baía de Luanda. Entre várias histórias de parte a parte partilhadas, combinamos que nos encontraríamos todos em Benguela no fim de semana de 4 FEV que curiosamente é uma 6ªf permitindo assim um FDS prolongado. Alem de uma boa farra, é nosso objectivo que eu seja apresentado a vários familiares dos Faros que vivem em Benguela, achei óptima ideia, quando se está num sitio que pouco ou nada se conhece é um enorme prazer conhecer gente, ter contactos!

Hoje, 3ªf é dia da cidade em Luanda, e o Governo decidiu dar tolerância de ponto a partir das 12.00. Pedi ao Sr José que me viesse buscar, o que aconteceu ás 8.30, eram 10.00 ainda não tínhamos chegado!!! De regresso ás 15.00 ainda vou pior, deixou-me em casa eram 17.00 e um calor que so visto! Cheguei num estado a casa que adormeci, e acordei e pensei, vou escrever no blogue, e assim o fiz! Amanhã espero a ida para  Benguela de vez, mas como aqui tudo muda da noite para o dia e até de hora para hora...vamos aguardar pelas cenas dos próximos capítulos!:-)

Beijos e Abraços